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O uso de máquinas de autoatendimento nos supermercados é cada vez mais comum. Dados de uma pesquisa realizada pela Associação Paulista de Supermercados (APAS) apontam que 7 em cada 10 brasileiros priorizam self-checkouts para finalizarem suas compras. Esta tendência ganhou destaque recentemente com a viralização de um vídeo protagonizado pelo podcaster e humorista australiano Joe Salanitri, desabafando sobre sua experiência com o caixa de autoatendimento do Coles Supermarkets. Com mais de 1 milhão de visualizações, o vídeo provocou reações diversas, levantando questões sobre o papel e a eficácia do self-checkout nos supermercados, conforme comenta Leandro Rosadas, economista e especialista em gestão de varejo.
“O autoatendimento nos supermercados tem sido uma realidade cada vez mais presente, buscando oferecer aos clientes uma alternativa rápida e conveniente para finalizarem suas compras”, explica Leandro Rosadas. No entanto, a controvérsia em torno desse modelo de serviço ganhou destaque com a indignação expressa por Salanitri, que acusou a rede varejista de fazer os clientes “trabalharem de graça”.
Diante dessa história, o economista e especialista em gestão de varejo, faz uma análise mais aprofundada sobre o tema. Segundo Rosadas, o self-checkout é uma adição ao sistema tradicional de caixas, proporcionando uma alternativa eficiente para transações de menor volume: “Self-checkout já é uma realidade, mas ele vem para ser uma outra solução, um outro agregado a isso”.
Para o especialista, a viabilidade do self-checkout reside na sua capacidade de otimizar o trabalho, destacando o potencial de economia proporcionado por essa tecnologia: “Um self-checkout você pode botar uma só pessoa para cuidar para cada três ou quatro clientes. Assim, eu tenho quatro caixas com uma pessoa só cuidando e essa é a grande economia que o autoatendimento pode promover a sua rede de lojas”.
A discussão em torno do autoatendimento nos supermercados revela um embate entre eficiência operacional e preocupações com a qualidade do serviço e o impacto nos empregos. Enquanto alguns enxergam o self-checkout como uma ferramenta que agiliza o processo de compra e reduz custos para os estabelecimentos, outros levantam questionamentos sobre a experiência do cliente e o futuro dos profissionais do setor.
Nesse contexto, as reflexões de Leandro Rosadas ressaltam a importância de avaliar o self-checkout como uma complementação ao serviço tradicional, buscando encontrar um equilíbrio entre a automação e a preservação da qualidade e do atendimento ao cliente. A discussão sobre o papel do autoatendimento nos supermercados certamente continuará a evoluir, à medida que as tecnologias e as demandas dos consumidores se transformam.
No entanto, é importante considerar o desafio enfrentado por muitos supermercadistas que desejam implementar o modelo de autoatendimento, mas ainda não estão preparados para isso. A transição para o self-checkout requer investimentos significativos em tecnologia e treinamento de pessoal, além de uma mudança na cultura organizacional. Para alguns estabelecimentos, essa transição pode representar um obstáculo financeiro e operacional, especialmente em um momento de incerteza econômica.
Assim, enquanto o autoatendimento promete eficiência e economia a longo prazo, é fundamental que os supermercadistas avaliem cuidadosamente sua viabilidade e preparem-se adequadamente para essa transição, a fim de garantir uma experiência positiva para os clientes e um ambiente de trabalho justo e sustentável para seus funcionários.
Revista Super Hiper.