A Associação Capixaba de Supermercados (Acaps) realizou mais uma reunião para profissionais de Recursos Humanos de supermercados, integrantes do Comitê RH, no último dia 22 de março. Como já é tradição, o encontro ocorreu em formato virtual e abordou a saúde mental no trabalho e a liderança feminina no varejo.
A reunião foi conduzida pelas palestrantes Cláudia Souza, do IEL-ES (Instituto Euvaldo Lodi), que é consultora, administradora e analista de Mapeamento de Perfil Comportamental; Fátima Merlin, mestre em comportamento do consumidor e fundadora do grupo Mulheres do Varejo; e Valéria Gerólamo, professora e vice-presidente de Finanças e Operações do Instituto Mulheres do Varejo.
Para Cláudia, a pandemia trouxe um movimento de reconhecer com urgência a importância da saúde mental nos ambientes de trabalho. “A saúde mental impacta de forma potencial em todas as atividades que uma empresa desenvolve. É preciso entender que o funcionário, antes de ser um profissional, é uma pessoa com habilidades e competências que precisam ser desenvolvidas”, afirmou.
“Assim, quando eu coloco um funcionário para executar funções as quais não está preparado, que não tem habilidade emocional para lidar, a depender do perfil comportamental da pessoa, ela pode segurar por um tempo e depois começar a apresentar problemas de saúde mental e física”, completou.
Fátima destacou que, atualmente, valores atrelados ao acolhimento, ao pertencimento e à proximidade são demandados para os cargos de liderança, e que eles têm ligação com as características do universo feminino. “Tanto homem quanto mulher podem se desenvolver para aplicá-los. Estamos falando de mais orientações às pessoas, atenção aos detalhes, ao ambiente. É importante que nós, enquanto líderes, homens ou mulheres, sejamos exemplos. E isso não só no que diz respeito a competências técnicas, mas também a questões comportamentais, tendo o ser humano no centro das nossas ações e decisões”, ressaltou.
Já Valéria trouxe dados da presença feminina no mercado de trabalho e da violência contra a mulher. “A gente precisa falar de mulheres no trabalho, porque ainda não temos equidade no mundo corporativo. Os homens representam 55,2% dos cargos assalariados; as mulheres representam 44,8%. Essa diferença não parece ser muito grande, mas, quando falamos de remuneração, as mulheres ainda ganham 17,5% menos que os homens. Esse é um ponto bastante importante: se fazemos as mesmas coisas, por que temos que ganhar menos?”, indagou.
Ela destacou também que as mulheres ocupam apenas 13% de cargos de liderança, e somente 1% é ocupado por mulheres negras. “Na vontade de mudar esse cenário, surgiu o Instituto Mulheres do Varejo, que tem como propósito transformar o varejo em um ambiente em que as mulheres possam viver as suas escolhas”, pontuou Valéria.
Uma das participantes do evento, a assistente de RH do Taki Supermercados, Janaquele dos Santos Lira, afirmou que a palestra foi muito relevante para ela e que aprendeu conteúdos que até então desconhecia. “Eu sou mãe e sei o sacrifício que faço todos os dias para estar aqui, para estar conquistando o meu espaço, e ao mesmo tempo conciliar casa, marido e filho. E a gente dá conta. No fim do dia, falamos ‘ufa, deu tudo certo e amanhã tem de novo’. Amei todo o tema, era o que realmente eu precisava ouvir”, opinou Janaquele.