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Entrevista Edmour Saiani. “É preciso pensar fora da caixa”

Depois de anos em outras profissões, Edmour Saiani, um dos palestrantes do seminário “Visão 180° - Tendências e movimentos de consumo para supermercados, realizado pela Acaps no último dia 1° de fevereiro, descobriu a sua missão na vida: ajudar pessoas e empresas a se desenvolverem e atenderem melhor.

O escritor e fundador da Ponto de Referência, companhia especializada em cultura e gestão de atendimento e serviços, afirma que o ser humano quer consumir cada vez menos e melhor. “E que marca conquista esse cliente? Sem dúvida, a que conseguir ser competente e diferente. É preciso pensar fora da caixa”, ensina.

Acaps - Qual é a importância do cuidado com as pessoas em uma empresa?

Edmour Saiani – Vamos imaginar o presidente da empresa. Se ele se preocupa com os diretores, os diretores vão se preocupar com os gerentes, que vão se preocupar com os supervisores, que vão se preocupar com as pessoas que estão mais próximas do cliente. O dono da empresa tem que ter o interesse genuíno em pessoas. E cuidar significa não só pagar salário. Mas olhar para o empregado e perceber se ele está bem ou não. Perguntar em que pode ajudar. A empresa que age assim não gasta nada a mais por isso. É só uma atitude diferente. Já está tudo incluído no custo fixo. Só que as pessoas, exatamente por não cuidarem, tiram o mínimo dos outros. As pessoas dão o mínimo, vão trabalhar de “saco cheio” e não funciona.

 

Por que é tão difícil dar esse passo?

Simplesmente porque o dono não quer. Em toda a empresa boa o dono cuida. Em uma empresa boa, o funcionário sabe tudo do lugar e te atende bem. Isso acontece porque ele é bem cuidado.

 

Como é para você ver os negócios que ajuda melhorando, crescendo e se transformando?

É uma delícia! Eu falo que eu faço uma catequese. Quando sou chamado para fazer um trabalho eu olho para a pessoa depois da conversa e identifico se ela é interessada ou não. Quando o cara é interessado e tem o indicador IGP (Interesse Genuíno em Pessoas) eu vou ajudá-lo a melhorar o que precisa. Mas tem pessoa que não tem IGP, que não pensa genuinamente em pessoas. Essa pessoa deixa um rombo do tamanho de um elefante em toda empresa dele. Ele cria um buraco negro. Tenho feito uns trabalhos em que eu presencio uma evolução espetacular. É o motivo pelo qual eu vivo.

 

Como foi essa mudança brusca na sua vida profissional?

Eu saí da área de Engenharia. O trabalho que eu faço nas empresas é de movimento, é criar movimentos internos de cuidar. Eu entrei em Engenharia e não sabia muito bem o que eu queria. Meus pais fizeram um esforço enorme e terminei o curso. Já na Engenharia eu dava aula de Português. Depois, trabalhei cinco anos como engenheiro, fiz foguete e cinco anos depois eu migrei para vendas e marketing, que era a área que eu queria. No segundo ano de formado eu já sabia o que queria fazer. Fiz movimentos deliberados, conscientes e apontando para a direção que eu desejava.

 

Qual é o caminho para atrair e manter o cliente?

É preciso conquistar quem compra da gente. O novo ser humano quer consumir cada vez menos e melhor. Tem que ter inovação e agilidade em pontos como produtos, modelo de negócio, serviço, espaço, conteúdo e atendimento. Toda semana, por exemplo, pode ter na loja um produto diferente que ninguém tenha e anunciar. Não ficar só no produto básico é importante. Outra ideia é criar assinatura de produto em que a cliente paga por antecipação ou mensalmente. Além disso, deve-se investir em parcerias e ter agilidade. Uma alternativa para isso é criar grupos de trabalhos para tratar de assuntos importantes e desenvolver miniprojetos para as coisas andarem. E outro ponto fundamental: ouvir o cliente.

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