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Desafios e paixão na sucessão dos negócios da família

Convidados do painel sobre os caminhos da sucessão familiar compartilharam as suas trajetórias nas empresas

O encerramento do Fórum Empresarial Acaps aconteceu com o painel “Gestão & Sucessão: Os caminhos da sucessão familiar – definindo papéis e prioridades”, conduzido por Vinícius de Freitas, sócio-diretor da DVF Educação Empresarial, associada à Fundação Dom Cabral. Como convidados, Fabrício Coutinho, vice-presidente de Administração e Finanças do Grupo Coutinho; e Vinícius Ventorim, diretor-executivo do Grupo Politintas (ES). Os dois compartilharam suas trajetórias na sucessão das empresas de suas famílias, levando os participantes a momentos de emoção.

O apresentador do painel fez algumas sinalizações sobre o tema, ressaltando que não há “receita de bolo” para se fazer a sucessão, e que a pior sucessão é aquela que não foi planejada. E, se possível, que esse planejamento comece cedo. “Empresa profissional é uma empresa liderada por profissionais, e se forem da família, melhor ainda, pois a família entrega mais resultados porque tem história, paixão e valores”, disse.

Na Politintas, Vinícius Ventorim contou que a sucessão acabou acontecendo naturalmente, de uma forma cuidadosa, mas não sem conflitos, erros e acertos, e que não é uma escolha fácil para os filhos fazerem parte do negócio. "Se pensar em ser sucessor por obrigação ou culpa, o negócio vai sucumbir. É preciso ter vocação, mérito e preparação", ressaltou.

Ainda adolescente, aos 14 anos de idade, ele viu a empresa abrir a sua quinta loja. Foi observando o trabalho do seu pai, Estanislau Ventorim, no dia a dia, que despertou nele o interesse pelo negócio, embora não percebesse isso tão claro no início. O diretor-executivo da Politintas fez graduação em Administração de Empresas e, chamado pelo pai para ajudá-lo na empresa, passou por diversos setores, vendo cada vez mais o potencial de crescimento do negócio.

"O sucessor chega com uma vontade grande de fazer e, muitas vezes, acontecem conflitos. Muitas vezes meu pai me deixou errar e foi assim que fui criando musculatura", comentou. Fundada em 1975, a Politintas conta com uma rede de 20 lojas, 320 funcionários, atua fortemente guiada pelo planejamento estratégico e tem uma boa estrutura de governança.

Desde 2017, Vinícius, que representa a segunda geração do negócio familiar, comanda a Politintas tendo o suporte de um time de executivos, quando seu pai passou a assumir a função de presidente do Conselho de Administração da Holding, que além da rede de lojas de tintas possui a Casa do Construtor e negócios no ramo de imóveis.

Fabrício Mota Coutinho, vice-presidente de Administração e Finanças do Grupo Coutinho, é a terceira geração à frente do negócio, que nasceu com seus avós e o seu pai, e tem como desafio, até 2025, atingir a marca de 50 lojas. Praticamente criado dentro do negócio, Fabrício chegou a pensar em fazer Educação Física e Arquitetura, mas a paixão pelo setor supermercadista falou mais alto.

No seu processo de preparação para a sucessão, estão a atuação de um período como trainee em loja e na área administrativa da empresa, além de ter feito programa de desenvolvimento na DVF/Fundação Dom Cabral. “Luiz Coutinho é muito sábio, tem cabeça aberta para o novo e sempre busca o consenso do time. Tive o privilégio de ter meu pai como um grande professor. Por isso, para mim não faria sentido não dar continuidade aos negócios”, disse Fabrício Coutinho, que é o segundo de três filhos do empresário e ex-presidente da Acaps, Luiz Coutinho, arrancando aplausos da plateia.

Segundo ele, o desafio de dar sequência é grande. Atualmente, das seis diretorias do Grupo, três se reportam a ele, e outras três a seu pai. No processo de sucessão desenhado, Luiz Coutinho em 2025 deixaria a presidência das empresas para atuar na esfera do Conselho de Administração. E o processo de sucessão foi iniciado bem lá atrás, com Luiz Coutinho fazendo o Programa de Desenvolvimento de Acionistas (PDA), também na DVF/Fundação Dom Cabral.

“É importante saber e ter muito bem definido o papel de cada um: do sócio, da esposa, do sucessor”, comentou Luiz Coutinho, enfatizando que é fundamental também saber a hora de passar o bastão e de abrir espaço para que as novas gerações assumam os negócios.

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