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De filhos a sucessores do negócio

Jovens empresários relatam experiências nas empresas familiares do setor

É uma realidade no setor supermercadista que os negócios passem de pai para filho e avancem gerações. Pensando na perenidade e no crescimento da empresa, os mais jovens contribuem com energia, inovação e novas ideias e os mais velhos com a experiência e o conhecimento. E assim, juntos, fazem acontecer, com muito trabalho, dedicação e vontade.

Waldês Calvi, dos Supermercados Calvi, e a filha Lorena, são um exemplo do processo de sucessão familiar. Mas a história da empresa começou lá atrás, há 45 anos, com os pais de Waldês. Ele explica que o seu pai trabalhava na antiga Companhia Ferro e Aço e quando se casou com a sua mãe o casal iniciou o negócio em Campo Grande, Cariacica. “Meu avô tinha um pequeno hortifrúti e começou a emprestar umas caixas de verduras para a minha mãe vender. Lembro de vê-los fretando uma kombi para levar os alimentos que eram comprados na Ceasa, que, nessa época, ficava na Vila Rubim”, ressalta.

O negócio foi crescendo, passou de quitanda para mercearia e, na sequência, um supermercado. “Ampliamos, a loja foi para um ponto maior, mas sempre tendo em mente o bom atendimento ao cliente. É uma história marcada por tentativas e muito aprendizado. A associação com a Central de Compras foi fundamental para nós. Foi uma oportunidade de muita troca de experiências. Acompanhei isso de perto”, relata.  

Filho único, Waldês conta que cursou Administração de Empresas e que a sua inserção no negócio da família aconteceu entre 1993 e 1994. Depois disso, os pais foram se afastando da empresa de forma gradual.

Agora, é a filha Lorena quem segue os passos do pai. Formada em Administração, ela hoje atua no setor de Compras do supermercado, mas também se envolve na gestão da empresa como um todo. Para o pai, a participação da filha é motivo de felicidade. “É algo que anima muito a gente”, comemora Waldês.

Lorena afirma que entrou para o negócio da família com o objetivo de ajudar o pai e ser o seu braço direito. “Ver a luta dele e a garra para manter a empresa e, inclusive, saber que há tantas famílias dependendo disso me motivou bastante. Sem contar que o comércio está no sangue da família”, comenta.

Ela lembra que na sua trajetória profissional já passou pelo caixa, pelo guarda-volume e em outros setores e que, com aproximadamente 18 anos, foi inserida de forma definitiva na loja. Desde então, já são sete anos ao lado do pai. “Muitas mudanças aconteceram. A pandemia mudou a nossa forma de gerir e trouxe a necessidade de inovar. Hoje temos um olhar mais humano para as pessoas”, avalia Lorena.

E como é trabalhar em família? De acordo com Lorena, esse é, sim, um grande desafio. “Meu pai é meu patrão, vivemos em família o dia inteiro. Nunca atuei em outra empresa, mas acho que ao mesmo tempo isso traz facilidade para a comunicação. Existe uma troca de ideias mais aberta, sem receio. Para o futuro, a expectativa é continuar o negócio, expandir e crescer cada dia um pouco mais”, afirma.

No Grupo Maestri, a família também está à frente do negócio. Fundado em 1986 por Paulo Alvin Dalla Maestri e seu irmão, João, começou como uma pequena distribuidora de carnes na cidade de Nova Venécia. Depois, Paulo e a esposa, Penha, assumiram a empresa e, hoje, os três filhos estão completamente inseridos no negócio.

Victor, 33 anos, Lívia, 30 anos, e Paulo, 29 anos, atuam em áreas diferentes do grupo, que possui um Centro de Distribuição e lojas em Nova Venécia, Pinheiros, Ecoporanga, São Gabriel da Palha e Aimorés 

(MG). “O começo foi marcado por muita dificuldade. Eles enfrentaram transição de governo, mudança de moeda e quase não conseguiram seguir em frente”, diz Victor.

O pai associou o negócio à Central de Compras e com o apoio da mãe foram crescendo, aprendendo e amadurecendo juntos. Os anos passaram e, em 2008, foi aberta a terceira loja, em São Gabriel da Palha.

A inserção dos filhos no negócio foi no final de 2013. Primeiro, Victor, depois Lívia e, mais recentemente, o caçula, Paulo. “Cada um foi assumindo uma responsabilidade. Conseguimos abrir a loja em Minas Gerais, ampliamos o Centro de Distribuição e assim a nossa história vem sendo contada. Sempre tivemos uma boa integração com nossos pais e esse foi um ponto positivo. Eu fui estudar, mas sempre tinha em mente a vontade de ajudar na empresa. Era um compromisso comigo mesmo”, conta Victor, que é formado em Economia.

Antes de assumir de vez uma função no supermercado, Victor teve outras experiências profissionais que considera terem sido muito úteis. “Tive uma corretora de valores. Foi uma experiência que me ajudou demais”, diz.

Já Lívia, formada em Engenharia Civil, pôde contribuir durante um ano como engenheira na obra da loja de Pinheiros. Hoje, tem atuação direta na administração da empresa.    

“O nosso processo de sucessão começou ainda na infância. Fomos criados no corredor do supermercado. A nossa participação existe desde o início, mesmo que em tom de brincadeira. Hoje, estamos em crescimento e há quatro anos vivemos um processo de integração com consultorias, avançando na melhoria da governança, e agora estamos chegando ao operacional com a Escola Maestri. Realizamos um treinamento por mês envolvendo os 600 colaboradores. O processo de profissionalização é contínuo”, afirma Victor.

Comitê Acaps Jovem

Para apoiar e capacitar os futuros gestores do setor supermercadista capixaba, a Associação Capixaba de Supermercados (Acaps) avança na criação do Comitê Acaps Jovem e está na fase de mobilização dos interessados em integrar o grupo. A iniciativa visa propiciar aos jovens empresários de 16 a 42 anos um ambiente voltado para a troca de experiências, aprendizado e networking. Para se inscrever, acesse https://comiteacapsjovem.acaps.org.br/.

 

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