Rede Pague Menos inaugura Central de Panificação em Nova Odessa (SP)
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Por Renato Müller
O segmento de quick commerce (entregas super rápidas de compras de supermercados a partir de ghost stores em regiões centrais das cidades) vivia uma fase de forte crescimento com a digitalização dos negócios, mas o pós-pandemia vem se mostrando muito mais difícil. A soma de aumento da competitividade, volta do consumidor às lojas físicas, juros em alta e inflação elevada tem feito com que as empresas que atuam nesse modelo revejam operações em todo o mundo.
Um bom exemplo das transformações está no mercado português. O grupo turco Getir anunciou no fim de julho a saída de Portugal, Espanha e Itália para se concentrar em mercados com maior potencial operacional e de crescimento, como Reino Unido, EUA, Alemanha e Turquia. Com a saída da empresa, as rivais têm ocupado esse espaço.
Um bom exemplo é a espanhola Glovo (que chegou a ter operações no Brasil e deixou o país antes mesmo da pandemia, em 2019), que vem surfando na onda da saída da rival. “Já vínhamos tendo um crescimento nas nossas entregas antes mesmo da saída deles, uma vez que o serviço prestado por eles já vinha se deteriorando”, comenta Álvaro Perez Muñoz, head de quick commerce da Glovo em Portugal. Presente há três anos no país, a empresa aumentou o volume de pedidos entregues em mais de 100% em relação a 12 meses atrás, com foco em dois pilares: preparação de pedidos em tempo recorde e preços competitivos.
Já na Bolt Market, fundada na Estônia, o discurso se descola da rival que saiu do mercado português. “Focamos em um alto nível de serviço, sortimento amplo e parcerias exclusivas para alcançarmos o maior número possível de pessoas”, afirma Edik Davtian, responsável pela operação da empresa em Portugal. “Com base em todo o ecossistema de motoristas da Bolt, podemos ser muito eficientes nos nossos investimentos e ter melhores resultados”, acrescenta.
Para Davtian, o mercado de quick commerce está em um movimento de consolidação. “A categoria de alta conveniência continua crescendo forte, um sinal de que caiu no gosto dos portugueses”, afirma. Com 500 marcas e cerca de 3.500 SKUs em seu sortimento, a empresa conta com seis ghost stores em Lisboa, além de atuar nas regiões de Porto, Braga e Coimbra. “Queremos expandir o serviço a mais 10 cidades, entre novas geografias e cidades nas áreas onde já estamos presentes”, acrescenta.