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Setor discute ESG, turnover e retenção de talentos

Primeiro encontro técnico do ano reuniu associados para análise de cenários dos temas

A Associação Capixaba de Supermercados (Acaps) iniciou a agenda de capacitações do setor em 2024 com um encontro técnico no último dia 26 de janeiro, no auditório da Fecomércio. O evento reuniu os associados em um Laboratório de Tendências, tendo como discussões centrais “A conexão do varejo com os aspectos ESG” e “Turnover e retenção de talentos em supermercados”.

O tema ESG, sigla em inglês para Meio Ambiente, Social e Governança, foi apresentado pelo palestrante, consultor e articulista em inovação, empreendedorismo, gestão e negócios, Evandro Milet. Já a palestra sobre turnover e retenção de talentos ficou sob a responsabilidade da mentora de talentos e lideranças e consultora de Desenvolvimento Humano e Psicologia Positiva, Rosângela Simões.

Na abertura do evento, o presidente da Acaps, Fábio Dalvi, ressaltou que a entidade tem sido uma catalisadora de tendências e informações e que o evento veio mostrar isso. “O planejamento estratégico está em andamento, criamos uma agenda para atender as demandas do setor e temos muito o que fazer. Contamos com o apoio e a participação de todos nas ações que serão desenvolvidas ao longo do ano. Conseguimos avançar e fazer muita coisa quando todos estão sintonizados e embuídos do mesmo sentimento”, afirmou Fábio Dalvi.

Evandro Milet, o primeiro palestrante do dia, iniciou a sua fala explicando por que as empresas devem se dedicar aos aspectos ESG. Ele destacou que antes o pensamento reinante era de que a empresa deveria atuar para aumentar o lucro do acionista. Hoje, a realidade é outra. Há uma mudança em curso e as empresas têm sido cobradas para estarem atentas às necessidades dos colaboradores, da comunidade onde estão inseridas e da sociedade em geral.

O especialista comentou que os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) para o período de 2015 a 2030 incluem 17 aspectos a serem observados, como erradicação da pobreza, educação de qualidade, consumo e produção responsáveis. “Para envolver as empresas em torno desses objetivos surgiu a ideia de criar o ESG, transportando todas essas questões para dentro dos negócios. A própria Abras (Associação Brasileira de Supermercados) criou um guia ESG para apoiar as empresas do setor”, explicou Evandro Milet.

Ele ressaltou que a letra E da sigla ESG representa as questões relacionadas ao meio ambiente, e que trata de problemas como o desmatamento e a emergência climática. “O Brasil, por exemplo, emite 2,9% dos gases de efeito estufa do mundo e se comprometeu a reduzir esse percentual. Não é muito, se comparado a países como a China. Mesmo assim, existe esse comprometimento”.

Já os aspectos sociais, representados na sigla S, contemplam temas como representatividade e inclusão de melhorias e bem-estar no trabalho. “As empresas precisam ter diversidade de pessoas porque os clientes são diversos. E a diversidade tem ligação direta com a inovação”, alertou Milet.

Por fim, o palestrante focou no S de Governança. A lista em torno do tema, que antes era de alguns itens, aumentou e passou a incluir questões como meio ambiente, corrupção e compliance. “As empresas vão ter um trabalho grande a partir de agora”, destacou.

Turnover

Na palestra sobre turnover e retenção de talentos em supermercados, Rosângela Simões ressaltou que o desafio das empresas é ter equipes de alta performance e que a produtividade e os resultados estão ligados ao bem-estar. Segundo a especialista, a rotatividade sempre aconteceu, mas a pandemia provocou uma mudança no comportamento das pessoas. “Sendo assim, como fazer com que o líder entenda uma geração tão diferente da dele?”, provocou.

Ela explicou que todas as práticas de turnover continuam sendo necessárias nas empresas, mas o momento exige uma revisão dos processos. “O Brasil é campeão em turnover, com índice que atinge 56%. Isso mostra que não adianta adotar as mesmas práticas com gerações diferentes. A geração de hoje, por exemplo, tende a ser imediatista, ansiosa e interessada em plano de carreira”, comentou Rosângela.

A palestrante citou ainda que os profissionais de hoje vivem o momento da experiência. “As pessoas querem passar por várias empresas e é preciso entendê-las. Para isso, empatia será fundamental. A qualidade de vida hoje também é importante. Para reter talentos não há mágica. É necessário traçar ações”, frisou. 

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