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Acaps Trade Show: Confira como foi o segundo dia de evento

Formação de líderes, potencialidades do ES e empreendedorismo foram alguns dos destaques do dia 11

Com auditório lotado de sucessores e herdeiros do setor supermercadista, o “Workshop Acaps Jovem: Fábrica de Líderes – Como me tornar um sucessor de resultados” abriu a programação do segundo dia da Acaps Trade Show, nesta quarta-feira (11), no Pavilhão de Carapina. Como palestrante, Rafael Haddad, supermercadista, treinador e criador da Fábrica de Líderes, a maior escola de líderes do varejo do Brasil.

Numa iniciativa do Comitê Acaps Jovem, Haddad compartilhou com os participantes a sua trajetória de vida, que começou ainda criança com os pais vendendo morango em feiras e teve momentos de muita dor até chegar à decisão de estar à frente do negócio e à paixão pelo setor: aos 18 anos seu pai faleceu de câncer, quando tinha 50 anos de idade; a mãe assumiu os negócios e tempo depois se deparou com uma dívida de mais de R$ 2 milhões no supermercado.

Rafael Haddad, então, que estava estudando Psicologia nos Estados Unidos retornou ao Brasil e, com muito estudo, trabalho e determinação, em dois anos e meio fez a virada do jogo, sanando as dívidas, criando processos no supermercado, capacitando e desafiando seus funcionários. Assim, tornou-se uma referência no desenvolvimento de lideranças no setor varejista, tendo entre seus professores, o empresário Abílio Diniz, do Grupo Pão de Açúcar.

“Ser líder é fazer renúncia: de pessoas e de ambientes, além de buscar o tempo todo por novos estímulos e referência. Também é fazer o que é necessário fazer, com profundidade nas ações e pensamento crítico no que sempre pode melhorar”, afirmou o palestrante, ressaltando que a liderança deve priorizar o autoconhecimento, tendo clareza sobre quem é e no que pode se tornar ao não desistir da sua caminhada. “O seu passado não pode ser o seu padrão de referência”, alerta.

Para os sucessores e herdeiros, o palestrante pontou que os líderes precisam deixar de ser executores e assumir a responsabilidade pelo engajamento (positivo ou negativo) que gera nas pessoas. Lembrou que o varejo está muito evoluído, mas que precisa de líderes que se comunicam melhor, façam análise e planejamento de dados.

Pesquisas mostram que 85% das pessoas são contratadas por aspectos técnicos, 90% dos demitidos são por questões comportamentais e as pessoas tendem a ficar até três vezes mais na empresa quando têm desenvolvimento comportamental. Esses dados, segundo Rafael Haddad, mostram que é preciso mudar os parâmetros e treinar mais os times.

A programação do segundo dia teve ainda a palestra “Como construir uma cultura de Feedback”, ministrada por Flávia Santos, coordenadora de Negócios no IEL-ES. Em sua fala, destacou que o debate sobre o feedback não é novo, mas é um processo de desenvolvimento contínuo nas empresas. “É a percepção subjetiva de alguém sobre o fazer de outro alguém, que deve ser estimulada. Ele serve para o aprimoramento do time, para preencher gaps de desenvolvimento e indicar caminhos”, pontuou.

De acordo com a palestrante, um dos grandes desafios das organizações contemporâneas é entender que não se faz nada sem gente. “Se faltar o cuidado com as pessoas, faltou tudo”. Ela aproveitou para apontar alguns números. E um deles comprova que a maioria dos líderes deixam a desejar, segundo pesquisa da Harvard Business Review.

A maioria dos colaboradores (75%) afirma que seu líder é a pior parte do trabalho. “Liderar está cada vez mais desafiador. Há questões que precisam ser enfrentadas, como o choque de gerações, o trabalho remoto, o adoecimento emocional e a busca pela diversidade”, disse Flávia, que ressaltou, ainda, que a forma de se comunicar do gestor faz muita diferença. “O feedback tem mais a ver com quem dá do que com quem recebe. E há também uma ligação direta com o autoconhecimento”.   

Principal atração do dia, o chef e empresário Olivier Anquier atraiu os olhares e a atenção do público presente no auditório Master para a palestra “Empreendedorismo: simplicidade com curiosidade e autenticidade”. Em tom bem-humorado, ele contou como ganhou notoriedade e se transformou em uma estrela da gastronomia depois de sair da França, seu país de origem, aos 20 anos de idade.

 

Tudo começou com a viagem de férias para o Brasil, mais exatamente para o Rio Janeiro, e que duraria um mês. “Era a minha primeira viagem sozinho e com o meu dinheiro. Ficaria aqui apenas um mês e já são 45 anos. Tudo o que construí na vida foi aqui e tenho muito orgulho e gratidão por isso. O jeito brasileiro de levar a vida foi o que me fez ficar. A cultura brasileira era muito contrastante com a minha realidade na França. Esse calor, essa alegria era o que eu queria para a minha vida”, afirmou Olivier.

Para empreender, Olivier Anquier afirma ser necessário entender que não se faz nada sozinho. E foi assim – e com uma boa dose de coragem, autenticidade e loucura (como ele mesmo definiu) – que ele ganhou o respeito e alcançou o sucesso nos negócios.

O primeiro restaurante foi em Jericoacoara, no Ceará, aos 27 anos de idade, e quando o local sequer tinha energia elétrica. Aproveitou o prazer de cozinhar, que veio de família, e desde então não para de empreender. “Quando a gente quer e sabe fazer, dá certo”, garantiu.

Na programação desta quarta-feira, outro destaque foi o painel “Potencialidades do Espírito Santo – Cenários e projeções econômicas”, com mediação de Ricardo Frizzera, sócio-diretor da Apex. O painel contou com a participação de Ricardo Ferraço, vice-governador e Secretário de Desenvolvimento do Estado; Paulo Baraona, presidente da Findes; e Cezar Wagner Pinto, diretor de Relações Institucionais da Fecomércio.

Ricardo Ferraço enfatizou que parte relevante do sucesso do Espírito Santo se deve à capacidade empreendedora dos capixabas. “O Governo não gera receita. Quem gera são os empreendedores. O que o Governo procura é fazer uma boa gestão dos recursos. O Espírito Santo tem uma trajetória bem-sucedida, mas nem sempre foi assim. Já estivemos mergulhados em crises profundas, mas demos a volta por cima, sendo há 13 anos classificados com nota A pela Secretaria do Tesouro Nacional”, afirmou o vice-governador.

Ele acrescentou pontuando que o Espírito Santo é o único estado com essa posição, e que também investiu 20% do que arrecada e possui dívida negativa. “O Espírito Santo é o Brasil que vem dando certo”, finalizou Ricardo Ferraço.

 

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