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Companhia segue investindo pesado no formato de proximidade com o novo Pão de Açúcar Fresh e Minuto
O Grupo Pão de Açúcar (GPA) anunciou uma nova meta para inaugurar 100 lojas Pão de Açúcar até 2024 para a abertura de lojas. Antes, a previsão era de 50 lojas até 2023. O grupo fechou o terceiro trimestre com 181 lojas da bandeira.
“Estamos fazendo ampla prospecção de pontos imobiliários pelo país. Dessas 100 lojas já temos 14 novas lojas aprovadas e 14 conversões de hipermercados. Ou seja, são 28 novas lojas do Pão que já estão praticamente em processo de obra ou início de projeto”, disse o executivo, durante conferência nesta quinta-feira para apresentar os números do terceiro trimestre.
O grupo tem duas obras do Pão de Açúcar em curso, sendo que uma delas está prevista para ser inaugurada em Limeira (SP) ainda neste ano e outra na capital paulista no ano que vem.
Faiçal apontou ainda a meta do grupo de abrir 100 novas lojas até 2023 no braço de proximidade (Minuto e o novo Pão de Açúcar Fresh).
“O formato de proximidade com este trimestre conclui 13 trimestres consecutivo de evolução de duplo dígito. Temos formato muito forte e formato com lucratividade”, disse o executivo.
Resultados do terceiro trimestre
O terceiro trimestre foi mais duro do que o previsto, disse o diretor vice-presidente de finanças e de relações com investidores do Grupo Pão Açúcar (GPA), Guillaume Gras. O grupo teve prejuízo de R$ 89 milhões no período, comparado a lucro de R$ 386 milhões há um ano.
“No ponto de vista macro, enfrentamos terceiro trimestre mais difícil do que o previsto e que pressionou vendas e margem. A forte inflação e desemprego alto travaram o desempenho do consumo”, disse.
As vendas mesmas lojas do GPA Brasil, excluídos postos e drogarias, tiveram leve queda de 0,3% no terceiro trimestre, enquanto subiram 8,4% na comparação com o mesmo trimestre de 2019.
Saída de hipermercados
A decisão do Grupo Pão de Açúcar (GPA) de sair do braço de hipermercados, com a venda de 71 pontos do Extra para o Assaí por R$ 5,2 bilhões, abrirá uma janela para o grupo elevar sua geração de caixa e margem ebitda, disse Faiçal.
“A operação tem potencial de criação de valor inigualável. Pois vamos focar o racional estratégico em cima dos negócios que mais geram valor”, disse.
O executivo foi provocado a dar mais detalhes acerca do crescimento de margem com a operação, mas disse preferir não fornecer projeções. Ele explicou, entretanto, que a estimativa do grupo é colher resultados após o fim da transação, que deve acontecer entre o final do primeiro trimestre do ano que vem ou início do segundo (a meta é concluir ainda no primeiro a transferência dos pontos).
Para dar um norte aos analistas, o executivo explicou que o Pão de Açúcar, que tem crescimento de dois dígitos, deve representar entre 50% e 60% do GPA no ano que vem. “Crescimento da margem ebitda é natural com essa transação do hipermercado”, disse.
Ecossistema digital
O presidente do GPA apontou otimismo com o braço digital do grupo. Segundo ele, ao anualizar o nível de crescimento do segmento, o GPA já tem nas mãos um negócio com potencial de vendas de R$ 2 bilhões por ano.
O GPA Brasil registrou recorde de vendas on-line do segmento alimentar de R$ 475 milhões no terceiro trimestre, com crescimento de 46% na comparação anual e de 393% contra igual período de 2019.
“Fizemos em um trimestre mais do que todo o ano de 2019”, disse, durante teleconferência de resultados.“O digital a gente considera ‘early stage’, um projeto ainda em estágio inicial. Estamos dando nossos primeiros passos. É um mercado com amplo potencial de exploração”, disse.
Natal
Faiçal disse esperar por vendas de Natal fortalecidas neste ano. “A gente espera algum crescimento para o Natal, dado que em 2020 foi muito fraco. A gente espera um efeito onde as pessoas passem o Natal um pouco mais com a família. Pode ter demanda reprimida para presentes ou ceias”, disse.
O executivo sinalizou ainda promoções para a BlackFriday e Natal. “Existe demanda crescente dos consumidores por preço. Preço é chave no momento da economia brasileira. O Pão de Açúcar e Extra vão ter promoções fortes”, disse.
As maiores oportunidades de barganha, entretanto, devem se concentrar nos hipermercados do Extra. O GPA decidiu vender 71 lojas para o Assaí, por R$ 5,2 bilhões, e com isso sair de vez do negócio de hipermercados. O grupo deve entregar as lojas ao novo dono em meados de janeiro e terá de esvaziar os estoques até lá.
“Estamos muito mais cautelosos com compra e estoques. E obviamente mais cautelosos com promoção. Vamos passar por modelo de desestocagem criando no hiper oportunidades. Vamos fazer Blackfriday e Natal de liquidação de estoques. Vai ser final de ano de saldão”, disse.
Fonte: Valor Econômico