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Vendas nos supermercados salvam o varejo do vermelho em abril

IBGE aponta que a alta de 3,2% nas vendas supermercadistas contribuiu para o segmento não registrar perdas

 

O aumento nas vendas de supermercados salvou o varejo do vermelho em abril. O volume vendido pelo comércio varejista teve ligeira alta de 0,1% em relação a março, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgados nesta quarta-feira, 14, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

O comércio varejista brasileiro completou os quatro primeiros meses de 2023 sem registrar perdas, e o volume vendido está 4,7% acima do nível que encerrou o ano de 2022. No entanto, assim como ocorreu em fevereiro, o desempenho de abril deve ser encarado como uma estabilidade.

 

Na passagem de março para abril, apenas três das oito atividades pesquisadas registraram avanços: artigos farmacêuticos e de perfumaria (0,3%), livros e papelaria (1,0%) e hipermercados e supermercados (3,2%). O setor de supermercados tem o maior peso na Pesquisa Mensal de Comércio, uma participação de 57%. O avanço em abril foi impulsionado pela inflação mais baixa e pelas compras para a Páscoa.

 

O juro alto e o crédito mais escasso afetaram as vendas de bens de maior valor agregado. A queda nas concessões de crédito para pessoas físicas, a redução recente na massa de salários em circulação na economia e a diminuição da população ocupada também ajudam a explicar o menor dinamismo no varejo em abril.

 

Os resultados da pesquisa mostram que a demanda doméstica está concentrada em segmentos específicos, afirmou o economista Homero Guizzo, da gestora de recursos Terra Investimentos. “Esse dado do varejo não desfaz aquela impressão que tivemos com o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, em que vimos o crescimento da atividade (econômica) concentrada em poucos segmentos, como foi com o agro, e mais
ligado à oferta”, disse o executivo.

 

À frente, porém, ele pontua que as vendas do varejo podem ser beneficiadas pela expectativa de materialização de cortes na taxa básica de juros, a Selic, no segundo semestre do ano. Outro vetor que pode contribuir positivamente para o varejo ampliado, segundo o economista, é o programa de incentivo às montadoras, anunciado pelo governo neste mês. O impacto, contudo, seria apenas de antecipação de algumas compras, e não necessariamente de incentivo para novos compradores.

 

Redação SuperHiper 

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